Céu via calvário:
A este só se vai através do calvário. A cruz é o nosso aval no céu, graças a ela que haverá pecadores no céu, salvos pelo sangue que Cristo nela derramou.
Pecado original- o homem nasce com ele- é a corrupção que herdamos de Adão. Desde então o homem se tornou escravo do pecado.
Cristo pagou com sua vida para nos resgatar dessa escravidão que nos condenava para a morte, porque para Deus o salário do pecado era a morte eterna. Acontece que Cristo, dando a vida, anulou essa terrível sentença, substituindo a condenação da lei pela absolvição da graça, o salário do pecado pelo resgate da graça, a morte eterna pela VIDA ETERNA!
Se os nossos pecados podem ficar brancos como a neve, depois de serem vermelhos como o escarlate (Isaías 1:18), isto significa que de culpados podemos ser transformados em inocentes, porque o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado.
No reino de Deus impera uma verdadeira democracia, que caracteriza pela igualdade de todos perante a lei. No reino de Deus não há privilégios. Não há favorecidos. Não existe alunos de medalha no peito como numa classe de crianças.
Até as meretrizes têm vez.
Cristo diz que qualquer um que crer será salvo.
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A conversão do Apostolo Paulo foi uma graça de Deus.
Paulo afirmou isto: "Todavia, não eu, mas a graça de Deus". Ele era o que era pela graça de Deus. Não fosse pelo Senhor, ele jamais teria convertido, jamais teria feito tanto.
Diante de Deus só ficam de pé aqueles a quem Deus sustenta.
O homem nasce em pecado-não o adquire depois de nascer. Logo a transformação do homem pelo homem não é possível, mas a transformação do homem por Deus, essa, sim, é possível.
O que pode acontecer é que uns pequem mais do que outros. Mas pecando muito ou pecando pouco, todos somos pecadores.
Pecado pequeno pode parecer um grão de poeira que não se vê quando está suspenso na atmosfera, mas é pecado.
Reconciliação:
O que é reconciliar?
É restabelecer a paz entre partes desavindas.
Deus tomou a iniciativa de reconciliação com o homem. A iniciativa foi unilateral.
"Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados."(II Cor. 5:19)
Com esta iniciativa unilateral, através de Cristo crucificado pelos nossos pecados, Deus perdoou a ofensa lesa-divindade que foi o "pecado".
O pecador, antes de Cristo, estava sentado no banco dos réus, sujeito às sanções da lei divina.
Deus precisava ser desagravado, uma vez que foi atingido na sua Pessoa. Desagravo consumado na cruz, significando o passo de Deus em direção a nós, o estender de mãos de Deus para nos perdoar, para nos salvar. Assim reconciliado, o que Deus quer é reconciliar-se.
Na reconciliação o homem é que deve caminhar na direção de Deus, através de Cristo, o elo que nos reconcilia com Deus.
Filhos por adoção:
"Mas a quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome."(João 1:12).
Não sou justo, mas posso ser justificado pela fé. Isto significa ser Santo= separado por Deus e para Deus, e não o contrário: "Santo sem pecados".Quando chego a esse ponto não sou uma simples criatura de Deus, mas um filho de Deus.
E se filho posso tratá-lo de Pai:
"Pai nosso, que estás nos céus"(Mateus 6:9)
Jesus - pão da vida:
"Eu sou o pão da vida"(João 6:35)
"Se alguém tem sede venha a mim e beba"(João 7:37)
Não se pode enganar a alma como se engana o estômago: dando-lhe alguma coisa ou qualquer coisa.
Não adianta correr mundo, quando se pode, correr para um prostíbulo, correr para os vícios... A fome continua.
O pecador padece de uma fome insaciável, porque o pecado não alimenta ninguém. Ha dentro dele um vazio, uma inquietação. Ele não sofre de subnutrição, mas de desnutrição.
A alma não é estômago que se abarrota com pão e se encharca com água.
Para a alma só há um alimento: Deus. Deus como pão. Deus como água.
Fiel depositário:
"Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito(=a minha salvação) até aquele dia(=o dia final)."(II Timóteo 1:12)
O depósito da sua salvação nas mãos de Jesus. Não pode haver maior garantia.
Se a nossa salvação estivesse confiada à nossa própria guarda, poderiamos perdê-la facilmente.
Ninguém vai para o céu por ser bom. Não falta quem cuide ganhar o céu fazendo caridade. Substituindo a fé por humanitarismo, filantropia, caridade...Isto não substitui cristianismo. A fé é essencial, não havendo sucedâneo para ela.
É salvo aquele que crê e não aquele que dá esmola. (obs.: embora o salvo seja caridoso por inspiração de Deus)
É a fé em Cristo que salva, mesmo que o penitente tenha gasto a vida tirando do próximo, como aconteceu ao ladrão que se converteu in extremis, na cruz ao lado da de Cristo.
Felizmente nosso depósito está nas mãos de Jesus. Delas ninguém o tira, como das mãos do pastor ninguém arrebata a ovelha: De acordo com a sua palavra:
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz e eu conheço-as e elas me seguem. E dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer e ninguém as arrebatará de minha mão. (João 10: 27, 28).
"O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora."(João 6:37)
E quando uma ovelha se desgarra ?
O pastor dá a vida pelas ovelhas.
A crise de conversão é um impacto. Não há conversão em câmera lenta. A consagração, sim: essa leva tempo, leva a vida toda. A consagração é crescimento, é aperfeiçoamento, Mas a conversão é nascimento.
O amor de Deus :
"Pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Isaías 49:15).
A figura que o texto sugere é das mais humanas: a terna figura de mãe.
O amor de Deus supera em muito o amor materno, que sempre foi conhecido como o amor mais puro e mais perfeito que existe.
Mas também ele pode falhar: há mães desnaturadas. Que abandonam os filhos. Que até comem os filhos.
Aceitar a Cristo :
"Filho meu dá-me o teu coração"(Provérbios 23:26)
"Eis que estou a porta e bato..."(Apoc. 3:20)
Que devo fazer em tal caso?
Abrir a porta, evidentemente.
E se perdi a chave?
A chave do coração é o próprio dono.
Nem Cristo possui a chave de qualquer coração humano.
O homem tem vontade e é com ela que gira a maçaneta do seu coração, deixando passar somente a quem ele quiser. No coração não existe intrusos nem penetras.
Portanto: - Não abro a porta porque perdi a chave.
- Não abro a porta porque não quero: Cristo que fique do lado de fora.
- Agora, sim, eu disse uma triste verdade.
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Neutralidade e duplicidade:
Precisamos prevenir-nos, em relação a Cristo, contra duas atitudes esquivas, igualmente ilusórias: neutralidade e duplicidade.
Neutralidade - no campo religioso significa indefinição. Voto em branco, ato de hostilidade contra o maior acontecimento da história, falta de opinião formada sobre Cristo.
Duplicidade - Ela consiste no jogo duplo. Com o mesmo fósforo acendemos uma vela a Deus e outra ao diabo.
Neutros e dúplices adotam, assim, métodos contrários com o mesmo fim.
Neutro é palavra latina que significa "nem um nem outro".
Duplicidade é palavra da mesma origem que significa "dividido em dois."
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Batismo não salva
Cerimônias religiosas tem seu valor; e Jesus nos deixou duas: o batismo e a ceia. Mas não são necessárias para a salvação, pois a Bíblia é clara sobre isso:
I Pedro 3:21
-...Esse batismo, não é para lavar a sujeira do corpo, mas a promessa feita a Deus, que vem de uma consciência limpa. Essa salvação vem por meio da ressurreição de Jesus Cristo...
João 6:
35- Jesus respondeu: -Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome...sede...
54- Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
-Quem são os que comem a carne e bebem o sangue de Cristo ?
- São todos os que se batizam nas águas ?
-São os que comem o pão e bebem o vinho da santa ceia nas igrejas?
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A lição da manjedoura
A manjedoura de Belém assim como a cruz do calvário não existe por acaso.
A manjedoura vem a ser um nível, pois coloca o Deus-menino no mesmo plano de todos os homens.
Ele é Deus, mas desce da altura de Deus não para a altura do homem, mas para a baixeza deste.
Ele não veio confraternizar com os nobres num palácio, mas com os pobres numa estrebaria. Quer dizer: com todos os homens, porque numa estrebaria todos podem entrar.
Cristo foi o Cordeiro de Deus, por isto nasceu numa estrebaria, como um cordeiro foi levado ao matadouro.
"Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo." (João 1:29)
O pecador é o culpado que teve sua culpa extinta porque alguém cumpriu a pena por ele.
No Velho Testamento - o cordeiro morria no altar.
No Novo Testamento - o cordeiro de Deus morreu em uma cruz.
A cruz: é símbolo de morte, tanto que é emblema de cemitério. Fúnebre. A cruz era sempre para alguém morrer nela.
Mas a cruz de Cristo é o símbolo da vida. Porque quem morreu nela vive. Vive e faz viver, dá vida. Portanto aquela é uma cruz que canta vitória sobre a morte: onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu agrilhão?
"Eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno"(Apoc. 1:18).
"Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá"(João 11:25).
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O sofrimento de Cristo na cruz:
Ele veio para ser levado ao matadouro como rês pacífica. Para ser holocausto, por isto é que a cruz tinha que ser com cravos e tudo.
O que há de extraordinário naquele sofrimento é que outro não houve como esse.
Um condenado levava até dias para morrer crucificado. E Jesus morreu depois de 3 horas apenas de sofrimento. Por que seria?
Mais de um autor tem dado como causa mortis de Jesus a ruptura do coração.
Uma coisa é certa: o seu sofrimento ultrapassa toda medida. O coração de Cristo foi como de cera: derreteu ao calor de tanto sofrimento.
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O cálice de Cristo:
"Pai, se for possível passa de mim este cálice"(Mt. 26:39)
A morte na cruz, os cravos que lhes atravessaram as mãos não foi o seu cálice, pois doeram muito menos do que a carga imensa dos nossos pecados que ele carregou.
A verdade é que ele não tinha pecado: quando os teve foram os nossos. Que não sendo dele, pesaram-lhe demais. Espremeram-no.
"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas dores...Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades...Pelas suas pisaduras fomos sarados(=salvos)"(Isaías 53:4,5).
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Cruz sem anestesia:
Vinho misturado com fel era um entorpecente empregado pelos judeus, que entendiam cumprir assim literalmente o preceito de Provérbios 31:6: "Dai bebida forte aos que perecem e vinho aos amargosos de espírito".
Supõe-se que em Jerusalém senhoras caridosas se ocupassem de preparar essa droga.
Era costume também colocar uma venda nos olhos do condenado para poupa-lo da visão arrepiante.
Cristo recusou as lágrimas (ato de compaixão) das santas mulheres que o acompanharam até o calvário, recusou o entorpecente, depois de provar o líquido certificando-se da sua origem e recusou a venda.
Aquele cálice tinha que ser bebido aos goles.
Cristo recusou o cálice da comiseração para aceitar o cálice do sofrimento.
Cruz com anestesia não é cruz, é instrumento de cirurgia.
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Cristo sem cruz: não seria salvador:
Muitos preferem um Cristo sem cruz. Melhor ouvi-lo ensinando do que vê-lo morrendo. Mestre, sim; salvador, não. Mas a verdade é que Cristo só se considerou realizado no calvário, quando pôde dizer: "Esta consumado"(João 19:30)
Sem a cruz a biografia de Cristo ficaria interrompida e o evangelho incompleto.
Por isso a pregação de Paulo era Cristo crucificado.
Ao céu só se vai via calvário.
Estamos diante de um trilema:
- ou confiamos em nós,
- ou confiamos nos outros,
- ou confiamos em Cristo.
E nós? E se não confiamos em nós poderemos confiar nos outros que são como nós?
Em Cristo? Sim, podemos confiar porque até hoje nada houve para desmerecê-lo de nossa confiança, de nossa fé.
Há quem diga que houve outros semelhantes a Cristo. Cristos melhores do que Cristo.
Acontece que ninguém ainda teve a coragem de subir a uma cruz para morrer pelo homem. Que ninguém foi depositado dentro de um túmulo depois de ser descido de uma cruz para reaparecer três dias depois. Que ninguém depois de ter praticado essa façanha tivesse praticado outra maior: a de subir ao céu por seus próprios meios, diante do olhar atônito de uma multidão. Que ninguém tem sido tão falado, tão crido e tão amado depois disso.
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Túmulo de Jesus
O túmulo estava vazio depois de três dias - Eis o maior milagre da história:
Teria sido subtração ou ocultação?
- Não, porque o túmulo de Jesus estava bem fechado e bem guardado. Fechado por uma enorme pedra selada, com um guarda romano, para que os discípulos não roubassem o corpo de Jesus, como suspeitavam os sacerdotes e os fariseus.
- Como poderiam os discípulos cometer essa façanha se não tinham armas, se eram timoratos, se tinham fugido quando o mestre foi preso?
- Durante três horas tudo ficou negro como a noite. Houve um eclipse. Como se a natureza se cobrisse de luto. Aquilo foi mais do que um eclipse do sol; foi um eclípse da luz do mundo, pois Jesus é essa luz e ele agonizava no madeiro. Três dias depois a mesma luz voltou a brilhar: ele ressuscitou, não está mais aqui", disse o anjo às mulheres que tinham ido ao túmulo visitar um morto.
De fato elas viram: o túmulo estava vazio é a explicação só poderia ser aquela.
Pois quem iria subtrair o cadáver? Subtraí-lo ou ocultá-lo.
Os discípulos?
Mas, e coragem para isso, uma vez que a sepultura estava selada e de sentinela à vista?
Os soldados?
Mas que interesse teriam eles nisso se o seu interesse era extremamente o contrário - assegurar a inviolabilidade do túmulo?
É verdade que alegaram que enquanto eles dormiam os discípulos de Jesus tinham levado o corpo.
- Mas porque dormiam em serviço?
- E se dormiam, como viram o assalto?
- E se viram o assalto por que não o impediram?
A ressurreição, ainda que inexplicável- é milagre e milagre não se explica- está acima de qualquer contestação.
Jesus foi visto logo depois. Durante quarenta dias, antes da ascensão. Por Maria Madalena; por outras mulheres, por Pedro, por dois discípulos que iam a caminho de Emaús; pelos onze apóstolos reunidos; oito dias depois, outra vez pelos onze apóstolos; pelos discípulos junto ao mar de Tiberíades e ainda por eles no monte da Galiléia; por quinhentos discípulos na Galiléia; por Tiago e em Betânia, no momento da ascensão. E depois desta, por Estevão e por Saulo( Apostolo Paulo-que se converteu), este no caminho de Damasco.
Tantos olhos em tantas ocasiões diferentes não poderiam iludir-se. Dizer que tanta gente se enganou é como negar o óbvio.