Conhecer doutrina
bíblica é amar a Deus! Nos liberta de meias-verdades e mentiras religiosas que só
nos escravizam!
“Goteje a minha doutrina como a chuva,
destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva.” - Dn.
32:2.
Resumo do livro: “A
CEIA DO SENHOR - Livre ou Restrita?”- de Aníbal Reis:
A CEIA DO SENHOR
As ORDENANÇAS nesta Dispensação da Igreja são duas: o
Batismo e a Ceia do Senhor.
Esta, a CEIA DO SENHOR foi, através dos Apóstolos,
entregue por Jesus Cristo à Igreja para, numa singela dramatização com o
emprego das espécies de pão e vinho, comemorar a Sua Morte
Vicário-Propiciatória até a Sua Gloriosa Volta.
Ao repreender os coríntios, pelo seu mau uso da
Solenidade Memorial Paulo Apóstolo nota: “Por causa disto há entre vós muitos
fracos e enfermos, e muitos que dormem” (I Cor. 11:30). Destituída de sentido
esta advertência de Paulo se a Ceia fosse uma cerimônia irrelevante ou se seu
uso não devesse seguir irrestritas normas estabelecidas.
Não sou dono de nenhuma Verdade. As Verdades
que anuncio não são minhas. Pertencem
ao Sagrado Acervo
das Santas Escrituras. São Verdades de Deus!
... fazei isto em MEMÓRIA de Mim
A NOSSA POBRE
MEMÓRIA
É da própria natureza da Ceia do Senhor ser MEMORIAL e
ECLESIAL.
O AMOR ANELA AMOR – A obra da Redenção do pecador é o
resultado do Amor de Deus. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua Vida
por nós” (I Jo. 3:16).
Uma das características do amor é o anelo da reciprocidade.
O amor quer amor. Amando-nos Deus quer que O amemos. Não que Ele precise do
nosso pobre e inconstante amor. Por amá-lo tornamo-nos ainda mais objetos do Seu Amor. Ele, em nos amando,
quer que O amemos para nos cumular ainda mais de Seu Amor.
A separação estiola o amor. E nada separa mais que o
tempo e o espaço. Longe dos olhos longe do coração...
O tempo e a distância que trazem o esquecimento.
O esquecimento é a nossa terrível debilidade. De tudo
perdemos a lembrança... Dos magnos acontecimentos da História.
O esquecimento é o inimigo do amor porque esquecer é deixar
sair da memória, é por de lado, marginalizar, recuar aos subúrbios do nosso
afeto até enterrá-lo de vez. Esquecer significa desprezar, abandonar.
Esquecimento é a repulsa do amor...
CRISTO NOS
CONHECE – E por conhecer a fragilidade da nossa memória decidiu deixar-nos uma
lembrança. Um marco.
O Seu manto? A Túnica? A manjedoura do Seu Natal? A
coroa de espinhos? A Sua Cruz? A espada que Lhe lacerou a Coração Exangue? Um
pão do milagre dos ermos de Cafarnaum?
Nada disso! Poderiam eles ser transformados em alvos
de culto.
Ao comemorar a Páscoa judaica quando a extinguiu,
poucas horas antes de Sua Paixão e Morte, fundou a Sua Lembrança dramatizada
com o emprego de pão e vinho.
O
Memorial fixa um
evento definido. Não o Seu Nascimento. Nem nenhum de
Seus milagres. Nem a Sua Ressurreição. A Ceia Memorativa assinala a
Sua Morte. O pão símbolo do Seu
Corpo Partido. O vinho emblema do Seu
Sangue esparzido. Na singeleza do seu ritual ela nos
evoca a Suprema Obra do Senhor em nossa
Redenção Eterna e
desperta em nosso
íntimo os mais
vivos sentimentos de amor e
gratidão ao nosso Salvador.
A INSTITUIÇÃO
Naquele 14 de nizan o cântico do Hallel
consumou em definitivo a Páscoa judaica. O antítipo daquele cordeiro, nosso
Senhor Jesus Cristo, o Verdadeiro Anjo de Deus, poucas horas seguintes, seria
levado ao altar do Sacrifício. Consumar-se-ia a Velha Dispensação. Caducaria
a Lei. Ter-se-ia vencido o sacerdócio levítico. Extinguir-se-ia a razão dos
sacrifícios prefigurativos de animais. Com a explosão da luz da realidade
desvanecer-se-iam as sombras...
Segundo o costume, a antecipar o quarto cálice,
ocorria um banquete sem qualquer formalidade ritual.
Neste momento de descontração o Mestre afasta-se da
presidência. Despe-se do himátion, o mantéu externo. Recobre a túnica
com uma toalha de linho. Enche d’água a bacia das abluções.
Que fará Ele?
Gesto inusitado!
Prostra-se por terra...
À carga das emoções e das tristezas provocadas pelo
semblante sério do Mestre, sobrepõe-se a espantosa surpresa: o presidente da
Mesa Pascal a humilhar-se à semelhança dos escravos. E na postura de servo lava
os pés dos Apóstolos...
Ali está Ele... Na suprema humilhação. Sem quaisquer
formalismos... Porém sob o impulso do esvaziamento completo de Sua condição de
Filho de Deus.
Vai chegar ao excesso do Seu
desvairamento...
Desvario?
Não tenho outro termo em meu
pobre vocabulário. À vista dos homens,
aos meus orgulhosos olhos é-me
absolutamente impossível compreender... Só a título de desvario. De
amor desvairado Jesus Se lança a lavar os pés daqueles homens. O amor
tem desses excessos...
Já a Sua Encarnação não é um exagero de
amor? O
despojamento de Si mesmo ao nivelar-Se com os homens não é um extremo de amor?
Suas lágrimas? Sua compaixão dos pecadores?
De rastos achega-Se a Judas Iscariotes. Acaso abluirá
os pés do traidor? Ele de joelhos diante de Judas em cujo coração se instalara
o diabo?
Se uma alma vale mais do que o mundo inteiro com todos
os seus suntuosos reinos e magnificentes glórias, nosso Senhor Se arrojou
diante do traidor a lhe dar ainda uma oportunidade de se salvar da ação
traidora. Por amor de uma alma, da alma de Judas, Jesus
é capaz do desvairamento extremo e inconcebível de se prostrar diante do
pecador possuído pelo diabo...
Jesus
rasteja... Ele vai Se erguer. Lava os pés do último dos Doze.
Levanta-Se. E é suspenso no madeiro do opróbrio. Se Ele veio para ser na cruz o
maldito por nós e nos libertar da maldição da lei que nos incrimina e condena?
É
nessa atmosfera de extrema sensibilidade
e de excitada expectativa que o
Senhor funda a Sua Solenidade Memorativa.
O relato evangélico é sucinto como simples é a Ceia do
Senhor.
Entre esta e a Páscoa judaica cavam-se diferenças
abismais.
A Páscoa judaica
memorava o êxodo do Egito.
Centrava-se seu simbolismo no cordeiro. Cercavam-no pomposos e complicados ritos, desde a sua seleção sob rigoroso
critério.
O cordeiro se comemorava um evento posto na História pretérita,
tipificava outrossim um acontecimento futuro na Pessoa de Jesus
Cristo a Se imolar na Cruz.
Chegara o verdadeiro anho. “Eis o Cordeiro de Deus!”, clamara o Batista
Precursor.
Na cruz consumiria os pecados dos crentes nEle.
A Ceia do Senhor, instituto inteiramente novo, memora
o evento do Calvário já acontecido e anuncia outro episódio futuro.
Lembra a Redenção da cruz e reaviva a expectativa da Segunda Vinda de Jesus:
ATÉ QUE ELE VENHA (I Cor. 11:26).
Os
elementos simbólicos da Ceia são
outros. Não se concentram em carnes
de um animal e sim em pão e vinho.
Seu rito é de uma eloqüente simplicidade. Seu dia de
celebração, sem se restringir ao 14 de nizan, é qualquer um: “todas as
vezes”.
Seu significado é o da libertação espiritual, da
alforria do pecado.
A Ceia do Senhor não substituiu a Páscoa israelita.
Nem a prolonga. As diferenças características de cada uma separam-nas por
inteiro.
A Ceia do Senhor é instituto novo! Sem vínculo algum
com o festim judaico.
ISTO É O MEU CORPO... ESTE CÁLICE É O NOVO TESTAMENTO
NO MEU SANGUE...
De todo
conveniente um Memorial de Sua Morte. Como A confiaria à lembrança fortuita dos
homens?
No pão o símbolo do Corpo de Jesus! Do Corpo que Se prostrou à raiz das oliveiras... Do
Corpo que rolou exânime na sala dos açoites... Do Corpo que arfou sob o peso do
madeiro... Do Corpo que pendeu do patíbulo... Do Corpo por nós dado...
No vinho a figura do Seu Sangue! Do Sangue que molhou o Getsêmani... Do Sangue que
lavou o pretório do procônsul... Do Sangue que gotejou as ruas
jerosolimitanas... Do Sangue que manou da Cruz... Do Sangue por nós
espargido...
Na Ceia o MEMORIAL de Sua Morte Vicária e Expiatória.
“Partiu
o pão...” A
publicar o esfacelamento do Seu Corpo e a revelar-Se-nos Vítima por Sua própria
Vontade.
Ao celebrar a Ceia arde-nos o coração com a inefável e
enlevante lembrança do Seu Sacrifício, ÚNICO porque de VALOR INFINITO.
Somos movidos à gratidão pelo
dom de nossa salvação eterna.
...EM MEMÓRIA
DE MIM
1) – MEMÓRIA é recordação. Um objeto é memória na
medida em que desperta a lembrança de algo ou de alguém.
A Ceia do Senhor, por Ele próprio instituída e
ordenada, é o símbolo, a representação dramatizada em figuras, a comemoração
por meio do uso de emblemas específicos, da Morte de Jesus Cristo. É o
Monumento Memorial da Redenção do qual os membros de uma Igreja, juntos, reunidos para
essa finalidade,
participam.
Em decorrência de ser memória a Ceia, também os seus
dois elementos são simbólicos. O pão figura o corpo de Jesus que por nós foi “partido”
e o vinho representa o Sangue do Salvador por nós “derramado”. Separados
figuram outrossim a Sua Morte consumada na cruz precisamente com a separação do
Sangue e do Corpo.
A Mesa do Senhor em pão e vinho é símbolo, repitamos
até à saciedade. E a Verdade por ela simbolizada é a Expiação de Cristo pelo
pecado. Ela jamais nos favorece a adoção do sentido de presença atual e real,
física ou espiritual, do objeto lembrado nos elementos da memória ou símbolos.
A bandeira é memória da pátria. Todavia a pátria não
está fisicamente ou espiritualmente presente na bandeira. A fotografia
lembra-me meu pai, mas ela não o contém nem física nem espiritualmente.
A Ceia, em sendo simbólica em sua celebração e
em elementos materiais constitutivos, dramatiza o Evento da Morte de Jesus
Cristo e nossa posse de Seus Méritos por nossa fé nEle.
Drama é uma
peça teatral, em geral dividida em atos, em que os atores encenam comovente
episódio capaz de transmitir ensinamentos. Em suas vestimentas, caracterização
e atitudes os artistas encarnam e reproduzem um papel.
No drama da Ceia do Senhor surpreendo quatro atos.
No primeiro apresentam-se os atores. Não artistas homens e
mulheres. Os atores deste drama são as espécies de pão e vinho. O pão
sem fermento a representar Cristo impecável com “os ázimos da
sinceridade e da verdade”, porquanto nEle não há a levedura do pecado. De
resto, Jesus assemelha ao fermento a doutrina dos fariseus e dos saduceus (Mt.
16:11-12).
O pão sem fermento da Ceia é o símbolo de Cristo
Imaculado, limpo das doutrinas dos fariseus e saduceus. É o Cristo sem qualquer
hipocrisia. Cristo é a nossa Páscoa!
O suco do fruto da videira é o Sangue preço do nosso Resgate.
No segundo ato do drama a significação da solenidade é exposta com a leitura das
Escrituras pertinentes a nos evocarem o Mago Episódio.
No terceiro ato o pão é partido e o vinho derramado. É a dramatização do Corpo partido
de Jesus e de Seu Sangue Precioso manado da cruz. Sangue separado do Corpo
partido a figurar a Morte com a qual tudo Ele consumou.
No quarto ato do drama os partícipes comem do pão e bebem do Sangue. A memória
deles se reaviva em direção daquele momento culminante da conversão de cada
um quando cada um pela fé foi ao Salvador. E como o nosso organismo físico se
nutre pelo comer e beber, revigora-se a nossa vida
espiritual pela fé em Cristo. Esta fé, porque por ela nos apropriamos de
Cristo, assemelhada ao comer a Sua Carne e ao beber o Seu Sangue.
Memorial do Senhor é ela ECLESIAL por competir às Igrejas, e exclusivamente às Igrejas,
na sua capacidade congregacional, a responsabilidade de celebrá-la,
administrá-la e preservar sua pureza e intangibilidade.
OS PARTICIPANTES DA MESA DO SENHOR
Realmente, se a Ceia é do Senhor, compete-Lhe a
autoridade de estabelecer restrições aos seus possíveis participantes. Na
eventualidade de a mesa ser minha, convido quem eu quero e ninguém tem nada com
isso. Na Ceia Memorial a Mesa é do Senhor Jesus
Cristo. Cabe-Lhe, por conseguinte, todo o direito de impor
condições aos desejosos de participar
dela.
É questão de lógica! Se a Ceia do Senhor é o Memorial
Sagrado do Sacrifício eternamente consumado, só podem nela ter parte os que conhecem na própria experiência e na vida a plena
remissão dos pecados. Ao estabelecê-la, celebrando-a pela primeira vez, Jesus o
fez com os Apóstolos, pessoas regeneradas e salvas.
De resto, como poderia participar dela alguém que
recusa o Sacrifício de Jesus Cristo por ela e nela memorado? Seria um absurdo
alguém comemorar algum acontecimento se nele não crê.
JUDAS
ISCARIOTES – Ah!, já sei! Estava tardando!
Não podemos negar a Ceia a ninguém. Jesus não a negou
a Judas Iscariotes.
E daí? Isso legitimaria a participação de todos os
incrédulos, de todos os Judas, à Ceia Memorial? Se essa ação de Judas abre
um precedente legítimo então jamais
poderíamos recriminar os traidores pelo fato de Judas o haver sido.
Jamais uma exceção, sobretudo quando se trata de mau exemplo, pode ser tomada como norma de
comportamento.
Se porventura Judas esteve presente à celebração da
Ceia do Senhor é uma razão a mais a provar que em seus elementos não há
graça alguma e nem qualquer valor ex opere operato .
DELIMITADA AOS CRENTES BATIZADOS
OUTRO MOTIVO restringente da comparência à Refeição
Memorial é o ser batizado.
Sim! A Mesa é do Senhor!
Paulo exalta-a no apanágio de a “MESA DO SENHOR” (I Cor.
10:21). Não de a MESA DO SALVADOR.
Se fosse a MESA DO SALVADOR seria, sem quaisquer
embaraços, desimpedida a todos os salvos.
Com toda a
fraqueza de coração tenho tributado graças a Deus por haver inspirado a Paulo o
escrever a Primeira Epístola aos Coríntios naqueles termos em que foi redigida
apontando, vergastando e corrigindo os abusos daqueles irmãos.
O Batismo, à
luz de Rm. 6:2-8, representa o princípio da vida, quer dizer, o Batismo
é em figura uma declaração de tudo quanto ocorre na regeneração da pessoa. E
a Ceia simboliza o prolongamento dessa vida, pois o salvo continua a viver
por comer e beber espiritualmente o Corpo e o Sangue do Salvador, ou seja, por
crescer na fé em Cristo. E este apropriar-se de Jesus é figurado pela
participação à Ceia. Em resultado, quem não foi batizado não pode tomar parte
nela.
A ORIGEM DA
QUESTÃO - A dificuldade surge em decorrência da conceituação da natureza e da
forma do Batismo. Os metodistas e os presbiterianos, propõem o batismo
infantil e o identificam com uma simples aspersão. É uma herança do
catolicismo.
Ora, além do próprio sentido do termo reclamar o
entendimento correto de IMERSÃO, as Escrituras indicam em pelo menos cinco
tópicos o fato da imersão:
-muita água, em Jo.
3:23
-descer à água, em
At. 8:38
-sepultamento na
água, em Rm. 6:4
-levantar da água,
em Cl. 2:12 e Rm. 6:4
-sair da água, em
Mc. 1:9-10
A conclusão é
cristalina: o batismo que não se adstringe às normas das Escrituras
Sagradas, simplesmente não é batismo.
RESTRITA AOS QUE ACEITAM SUA
INDISCUTÍVEL NATUREZA MEMORATIVA
I – A CATÓLICA
No termo TRANSUBSTANCIAÇÃO a teologia católica
sintetiza toda sua doutrina sobre a matéria. Com ele identifica os elementos
materiais de pão e vinho com a própria Pessoa de Jesus Cristo.
A transubstanciação consiste sucintamente na mudança
ou substituição, mediante a prolação pelo sacerdote celebrante de palavras
rituais, da substância do pão e do vinho pela substância de Jesus Cristo em Seu
Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Conquanto os acidentes (cheiro, cor, peso,
formato etc.) permanecem, sob eles não há mais pão e vinho. Há o próprio Jesus
Cristo tão real e verdadeiro como está nos Céus.
Em sendo esses elementos ou espécies sacramentais o
próprio Deus, são adorados, literalmente adorados, pelo celebrante e
pelos fiéis que se prostram. E os comungantes literalmente comem a carne
e bebem o sangue de Cristo.
O vocábulo SACRAMENTO de amplo uso nos domínios
doutrinários católicos a partir do século III com Tertuliano, é de origem
pagã.
O vocábulo sacramento é um termo-chave no
contexto de sua idolatria, decidiu topá-lo na Bíblia. Te-lo-ia encontrado?
Achou-o da seguinte forma!
O original grego do Novo Testamento traz por 27 vezes
o vocábulo MYSTERION em nosso idioma vertido por mistério.
Jerônimo, do século V, preparou e divulgou a sua
tradução latina das Escrituras conhecida por VULGATA. Sempre, desde
Mateus a Apocalipse, Jerônimo traduziu o MYSTERION grego por
MYSTERIUM latino. Contudo em Efésios, em quatro das seis vezes em
que o termo aparece, ele traduz por SACRAMENTUM. Ardiloso, Jerônimo
assim fez em preparação do caminho para a lição em Ef. 5:32 onde chama o
casamento de SACRAMENTUM.
O catolicismo usa o termo “sacramento” por admiti-lo
na qualidade de um sinal sensível ou material que significa, produz e
comunica a graça. E isso é próprio da velha superstição pagã que
supõe residir a deidade na matéria e que por isso a matéria, o “sinal sensível”
seja capaz não só de simbolizar, mas também de conferir a graça ou o poder
sobrenatural ao espírito humano.
Dizem que: “os sacramentos tornam-se meios eficazes
para a salvação”. São “sinais visíveis da graça invisível”.
Pergunto! A presença espiritual não é tão verdadeira e real como a física ou
corporal ou carnal?
Deus é Espírito! E em sendo Espiritual deixa de ser
Real?
A salvação é pela Graça. Exclusivamente
pela Graça. Proclamam-no as
Escrituras. Brada-o Paulo Apóstolo em Ef. 2:8-9.
Do plano da
salvação fora as obras! Fora os méritos! (Que méritos? O pecador poderá
tê-los?).
Se àquele sangue de cerimônias instituídas pelo
próprio Deus carecia poder salvador, de igual forma é impossível que a água
batismal, o pão e o vinho da Comemoração Ritual tirem pecados.
A salvação é
pela Graça. Exclusivamente pela Graça. Graça outorgada pela instrumentalidade da FÉ.
Somos justificados e salvos pelos
Méritos do Sacrifício Remidor de nosso Senhor Jesus Cristo. E
nossa apropriação desses bens espirituais nos atingem pela instrumentalidade da fé.
os
“sacramentos” não “são meios eficazes para a salvação”. Nunca! Jamais!!! Em
parte alguma das Escrituras encontramos semelhante referência.
A conceituação sacramentalista das Ordenanças anula a doutrina da justificação pela fé.
As Ordenanças, embora de valor reconhecido em seus devidos lugares, não têm o mínimo poder de
salvar, não ajudam na salvação e nem a preservam. Nem santificam quem quer que
seja.
As Ordenanças não salvam. Não comunicam qualquer graça. Delas devem participar os já salvos, os já agraciados pela justificação divina.
Em parte alguma das Escrituras as palavras sinal, selo
e penhor são atribuídas ao Batismo e à Ceia Memorativa.
Em sendo o crente evangélico SELADO com o Espírito
Santo, é o espírito Santo a Marca de Deus,
o Atestado Divino, sobre o salvo na qualidade de propriedade dEle.
“Se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dEle” (Rm. 8:9).
Segundo a doutrina calvinista adotada pelos
presbiterianos, as Ordenanças são selo. Sem elas é impossível a salvação. E isto
anula a ênfase espiritual das Ordenanças. Com efeito, um ato físico não pode
ser marca de qualidade ou de estado espiritual.
O salvo está hermeticamente guardado, em total e absoluta segurança guardado, SELADO no
Espírito Santo, “para o dia da Redenção”. E ninguém pode enfraquecer
essa inviolabilidade da nossa Salvação Eterna em Cristo.
O Espírito Santo é o Único Penhor por Deus outorgado aos salvos em cujos corações habita, sem a contingência de
precisar habitar em
pães, vinhos e águas.
A Ceia do Senhor jamais será complemento do Santo
Espírito de Deus!
Antes
de ser batizado
e antes de tomar dos elementos da
Ceia, o crente já
tem o PENHOR do Espírito Santo por Quem é SELADO. Já é propriedade
de Deus. No Espírito está seguramente guardado “para o dia da
Redenção”. É invencionice de homens o ensino de que as Ordenanças são SELO, sinal e
PENHOR. É grosseira superstição, é sacrilégio,
elevar o pão e o vinho a uma função igual à do Espírito Santo.
Além do mais, repito!, uma ação física, como a
do Batismo e a da manducação de pão e ingestão de vinho, nunca se constitui
marca, qualidade, ou estado espiritual ou garantia de posse, ou segurança “para
o dia da Redenção”.
A fantasia calviniana é sacrílega por desonrar o Espírito de Deus supondo-O incapaz e
insuficiente de sozinho conservar selado o salvo sendo-lhe Penhor.
A DEPRAVAÇÃO DA
“CEIA LIVRE”
Poxa!, e você é contra a ceia livre? Que fechado você
é! Tão apertado... Limitado... Bitolado...
Ninguém que conheça as Escrituras e a elas
anela ser fiel e com elas coesivo, postula semelhante prática
aberta.
Aliás, diante da Verdade não há meio-termo.
A verdade é de si mesma irreconciliável. É radical!
Toda Verdade é totalitária.
Exatamente porque eu não sou dono da Verdade da
Palavra de Deus que eu não posso transigir com ela e nem com ela tergiversar.
Acho uma graça infinita quando ouço de evangélicos citações de “santo”
Agostinho, de Calvino, dos modernos teólogos... como o supra-sumo da
compreensão das Escrituras.
Há uma seqüência lógica nas qualificações propostas
pelas Escrituras a condicionar a legítima comunicação à Mesa do Senhor.
Consubstancia-as At. 2:41-42: os que receberam a Palavra, ou seja,
converteram-se; pelo Batismo agregaram-se à Igreja; “e perseveravam na Doutrina
dos Apóstolos”.
É a ordem dos fatos a culminar na capacitação do
indivíduo para o “partir do pão”.
Quando
tomamos a Ceia ou dela participamos
estamos dizendo e reafirmando o
que cremos e como cremos.
Posso e devo expressar meu amor cristão ao
próximo sem imolar a Verdade da Sã Doutrina.
É fingimento, pieguice, o chamado amor fraternal que
sacrifica a Verdade das Escrituras.
A Igreja, uma Igreja local só pode permitir
a Ceia às pessoas às quais pode atingir o seu poder disciplinar.
Na sua
capacitação de julgar, a Igreja é juiz de seus membros. Este juízo disciplinar é da gravíssima
responsabilidade de cada Igreja. (I Cor. 5:9-13).
Livrar-nos-íamos de muitos absurdos em matéria de
interpretação bíblica se levássemos em conta as regras gramaticais.
INDIGNAMENTE não é objetivo a qualificar o
substantivo.
Paulo não empregou aí o adjetivo INDIGNO a classificar
ou avaliar o aspirante à Mesa Memorial, porquanto neste
passo o advérbio não se aplica às pessoas que a celebram, mas
à maneira como a celebram.
A Ceia é “a comunhão do Sangue de Cristo”, “a comunhão
do Corpo de Cristo” (I cor. 10:16). Todos somos
indignos desta comunhão. Não há confessionário clerical que nos
torne dignos. Nem penitências...
No Calvário a nossa indignidade foi
salientada. Jesus Crucificado é a
plena e definitiva revelação de sermos nós indignos. Se não fosse nossa indignidade por que a cruz? No
Calvário outrossim, realçada a nossa
indignidade, foi ela eternamente remediada, purificada e perdoada; efeitos
estes a me beneficiarem pela instrumentalidade de minha fé no Sacrifício
Remidor e Vicário de Jesus Cristo.
Ninguém é digno da Ceia! E a Ceia não é destinada a
pessoas dignas!!!
Todavia, embora não sejamos dignos da Ceia, não
podemos celebrá-la indignamente! Vil
ou impropriamente!
Paulo Apóstolo, divinamente inspirado, usou não o adjetivo INDIGNO, mas o
advérbio INDIGNAMENTE.
INDIGNAMENTE
é advérbio de modo a tratar da maneira de se
observar a Ceia.
INDIGNAMENTE quer dizer vilmente, desprezivelmente,
impropriamente, inconvenientemente.
Os coríntios indignamente celebravam a Ceia. A sua
maneira de participar dela tornava-os culpados do Corpo e do Sangue do Senhor.
Ajuntavam-se, “não para melhor, mas para pior”, em conseqüência de suas
dissensões, rivalidades, facções partidárias, de sua glutonaria e bebedice, de
seu espírito de classe ou acepção de pessoas com os ricos em círculo próprio a
comer e a beber à tripa fora enquanto os pobres humilhados na fome e revoltados
com os olhos compridos de cobiça.
Os coríntios ainda conspurcavam o Doce e Inefável
Memorial do Salvador porque num gesto de amizade e benevolência, de
sociabilidade com seus amigos e parentes pagãos, freqüentavam as
celebrações sacrificiais deles e lhes franqueavam assento à Mesa do Senhor.
“Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis
participar da Mesa do Senhor e da mesa de demônios” (I Cor. 10:21).
Com essa prática de larga ceia ecumênica os
coríntios afrontavam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
De muitas
maneiras as pessoas podem se aproximar
indignamente da Mesa do
Senhor.
Um casalzinho de namorados no enlevo da paixão...com os elementos da Ceia trocavam as gentilezas das
carícias...
- EXAMINE-SE (I
Cor. 11:28) é um dos verbos alvo de nosso estudo. Nele o clero romano quer ver
a prova bíblica da necessidade da confissão auricular antes da comunhão da
hóstia.
Este
examine-se, pois, o homem a si mesmo não se trata de um exame de consciência para
se lembrar de pecados cometidos e com esta perquirição pedir perdão a Deus a
fim de se tornar digno da comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor. Esta
delicadeza e sensibilidade de consciência, sem quaisquer exacerbações psicopatas,
devemo-las cultivar em cada dia e em cada instante do nosso viver. Esta atenção
espiritual deve ser uma constância na vida do crente sem a espera do momento da Ceia. Não para
que nos tornemos dignos de Cristo, pois isso é impossível, mas para
correspondermos à Sua Graça e aos Seus Desígnios sobre nossa vida e nossa
personalidade.
E não será pelo fato de o crente no instante da Ceia recordar-se
de um pecado que deverá omitir-se de come-la.
Nenhuma lembrança de pecado, seja qual for
ele, permite o crente afastar-se da Mesa do Senhor.
Não é quem está em pecado que deve
evitá-la. Quem não está em pecado? Se somos pecadores! Salvos, sim! Mas
somos pecadores. Indignos da comunhão do Corpo e do Sangue do Salvador.
Ao simbolismo da Ceia, há pessoas que
consideram suas espécies como amuletos, elementos aos quais é inerente alguma
graça e por eles comunicada aos participantes dignos. Assim crendo,
erroneamente crendo, se privam da mesa Memorativa.
Fariam muito bem em recusá-la por não discernirem biblicamente o Corpo do Senhor desde que
conservam uma crendice sacramentalista.
Impedidos por tratá-la indignamente estão aqueles que só
comparecem ao Culto no Domingo da Ceia com a intenção de comerem-na na cobiça
de serem abençoados e terem melhor sorte.
“Examinai-vos a
vós mesmos se permaneceis na fé; provais-vos a vós mesmos” (II Cor. 13:5a), é o
clamor do Apóstolo a ser por nós ouvido sobretudo no solene momento da Ceia
quando pela fé podemos contemplar o Salvador, unicamente o Salvador a
consumar na cruz a nossa Redenção.
A Ceia é Memorativa, a Anamnese, de nosso Senhor Jesus
Cristo a Se sacrificar na hedionda cruz em condição de Vítima dos nossos
pecados.
“Fazei isto em MEMÓRIA de Mim...”,
salientou nosso Senhor.
Celebrá-la
para fins sociais, formaturas escolares...
significa ultrajar a Instituição Divina
profanando o Corpo e o Sangue do
Senhor não discernindo-O de todos esses motivos. Todas essas ocasiões podem perfeitamente ser
assinaladas com outros atos de regozijo e de gratidão a Deus.
Participar
dela para fins domésticos é pisar o Filho de
Deus Crucificado não discernindo-O na
Ceia Memorial.
Na Ceia do Senhor não se trata de por Jesus
Cristo acima das pessoas. Trata-se de pô-lo sozinho. Com
total esquecimento de
todos os demais.
Não discerne o Corpo do Senhor aquele “reverendo” que ao concluir a Ceia em seu
templo, reserva elementos para levá-los a domicílio no dia seguinte às pessoas
idosas e enfermas. Isto não é discernir o Corpo do Senhor, mas confundi-lo com amuletos
e feitiçarias.
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