domingo, 27 de março de 2016

Resumo do livro: “A CEIA DO SENHOR - Livre ou Restrita?”- de Aníbal Reis.


                              Conhecer doutrina bíblica é amar a Deus! Nos liberta de meias-verdades e mentiras religiosas que só nos escravizam!    


“Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva.” - Dn. 32:2.

Resumo do livro: A CEIA DO SENHOR - Livre ou Restrita?-  de Aníbal Reis:

A CEIA DO SENHOR
As ORDENANÇAS nesta Dispensação da Igreja são duas: o Batismo e a Ceia do Senhor.
Esta, a CEIA DO SENHOR foi, através dos Apóstolos, entregue por Jesus Cristo à Igreja para, numa singela dramatização com o emprego das espécies de pão e vinho, comemorar a Sua Morte Vicário-Propiciatória até a Sua Gloriosa Volta.
Ao repreender os coríntios, pelo seu mau uso da Solenidade Memorial Paulo Apóstolo nota: “Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem” (I Cor. 11:30). Destituída de sentido esta advertência de Paulo se a Ceia fosse uma cerimônia irrelevante ou se seu uso não devesse seguir irrestritas normas estabelecidas.
Não sou dono de nenhuma Verdade. As  Verdades  que  anuncio não são minhas.  Pertencem  ao  Sagrado  Acervo  das  Santas  Escrituras. São Verdades de Deus!

... fazei isto em MEMÓRIA de Mim

A  NOSSA  POBRE  MEMÓRIA
É da própria natureza da Ceia do Senhor ser MEMORIAL e ECLESIAL.
O AMOR ANELA AMOR – A obra da Redenção do pecador é o resultado do Amor de Deus. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua Vida por nós” (I Jo. 3:16).
Uma das características do amor é o anelo da reciprocidade. O amor quer amor. Amando-nos Deus quer que O amemos. Não que Ele precise do nosso pobre e inconstante amor. Por amá-lo tornamo-nos ainda  mais objetos do Seu Amor. Ele, em nos amando, quer que O amemos para nos cumular ainda mais de Seu Amor.
A separação estiola o amor. E nada separa mais que o tempo e o espaço. Longe dos olhos longe do coração...
O tempo e a distância que trazem o esquecimento.
O esquecimento é a nossa terrível debilidade. De tudo perdemos a lembrança... Dos magnos acontecimentos da História.
O esquecimento é o inimigo do amor porque esquecer é deixar sair da memória, é por de lado, marginalizar, recuar aos subúrbios do nosso afeto até enterrá-lo de vez. Esquecer significa desprezar, abandonar. Esquecimento é a repulsa do amor...

CRISTO  NOS CONHECE – E por conhecer a fragilidade da nossa memória decidiu deixar-nos uma lembrança. Um marco.
O Seu manto? A Túnica? A manjedoura do Seu Natal? A coroa de espinhos? A Sua Cruz? A espada que Lhe lacerou a Coração Exangue? Um pão do milagre dos ermos de Cafarnaum?
Nada disso! Poderiam eles ser transformados em alvos de culto.
Ao comemorar a Páscoa judaica quando a extinguiu, poucas horas antes de Sua Paixão e Morte, fundou a Sua Lembrança dramatizada com o emprego de pão e vinho.
O  Memorial   fixa  um  evento  definido. Não o Seu Nascimento. Nem  nenhum de  Seus milagres. Nem a Sua Ressurreição. A Ceia Memorativa assinala a Sua Morte. O pão símbolo do Seu Corpo Partido. O vinho emblema do Seu Sangue esparzido. Na singeleza do seu ritual ela nos evoca a Suprema Obra do Senhor em nossa  Redenção  Eterna  e  desperta  em  nosso  íntimo  os  mais  vivos  sentimentos de amor e gratidão ao nosso Salvador.

A INSTITUIÇÃO
Naquele 14 de nizan o cântico do Hallel consumou em definitivo a Páscoa judaica. O antítipo daquele cordeiro, nosso Senhor Jesus Cristo, o Verdadeiro Anjo de Deus, poucas horas seguintes, seria levado ao altar do Sacrifício. Consumar-se-ia a Velha Dispensação. Caducaria a Lei. Ter-se-ia vencido o sacerdócio levítico. Extinguir-se-ia a razão dos sacrifícios prefigurativos de animais. Com a explosão da luz da realidade desvanecer-se-iam as sombras...
Segundo o costume, a antecipar o quarto cálice, ocorria um banquete sem qualquer formalidade ritual.
Neste momento de descontração o Mestre afasta-se da presidência. Despe-se do himátion, o mantéu externo. Recobre a túnica com uma toalha de linho. Enche d’água a bacia das abluções.
Que fará Ele?
Gesto inusitado!
Prostra-se por terra...
À carga das emoções e das tristezas provocadas pelo semblante sério do Mestre, sobrepõe-se a espantosa surpresa: o presidente da Mesa Pascal a humilhar-se à semelhança dos escravos. E na postura de servo lava os  pés dos Apóstolos...
Ali está Ele... Na suprema humilhação. Sem quaisquer formalismos... Porém sob o impulso do esvaziamento completo de Sua condição de Filho de Deus.
Vai chegar ao excesso do Seu desvairamento...
Desvario?  Não  tenho outro termo em meu pobre vocabulário. À vista dos homens,  aos meus orgulhosos olhos é-me  absolutamente impossível compreender... Só a título de desvario. De amor desvairado Jesus Se lança a lavar os pés daqueles homens. O amor tem desses excessos...
Já a Sua Encarnação não é um exagero de amor? O despojamento de Si mesmo ao nivelar-Se com os homens não é um extremo de amor? Suas lágrimas? Sua compaixão dos pecadores?
De rastos achega-Se a Judas Iscariotes. Acaso abluirá os pés do traidor? Ele de joelhos diante de Judas em cujo coração se instalara o diabo?
Se uma alma vale mais do que o mundo inteiro com todos os seus suntuosos reinos e magnificentes glórias, nosso Senhor Se arrojou diante do traidor a lhe dar ainda uma oportunidade de se salvar da ação traidora. Por amor de uma alma, da alma de Judas, Jesus é capaz do desvairamento extremo e inconcebível de se prostrar diante do pecador possuído pelo diabo...
Jesus  rasteja... Ele vai Se erguer. Lava os pés do último dos Doze. Levanta-Se. E é suspenso no madeiro do opróbrio. Se Ele veio para ser na cruz o maldito por nós e nos libertar da maldição da lei que nos incrimina e condena?
É  nessa  atmosfera de extrema  sensibilidade  e  de  excitada expectativa que o  Senhor  funda  a Sua Solenidade Memorativa.
O relato evangélico é sucinto como simples é a Ceia do Senhor.
Entre esta e a Páscoa judaica cavam-se diferenças abismais.
A Páscoa judaica  memorava o êxodo do Egito. Centrava-se seu simbolismo no cordeiro. Cercavam-no pomposos e complicados  ritos, desde a sua seleção sob rigoroso critério.
O cordeiro se comemorava um evento posto na História pretérita, tipificava outrossim  um  acontecimento futuro na Pessoa de Jesus Cristo a Se imolar na Cruz.
Chegara o verdadeiro anho. “Eis o Cordeiro de Deus!”, clamara o Batista Precursor.
Na cruz consumiria os pecados dos crentes nEle.
A Ceia do Senhor, instituto inteiramente novo, memora o evento do Calvário já acontecido e anuncia outro episódio futuro. Lembra a Redenção da cruz e reaviva a expectativa da Segunda Vinda de Jesus: ATÉ QUE ELE VENHA (I Cor. 11:26).
Os  elementos  simbólicos da Ceia são outros. Não se concentram em carnes de um animal e sim em pão e vinho.
Seu rito é de uma eloqüente simplicidade. Seu dia de celebração, sem se restringir ao 14 de nizan, é qualquer um: “todas as vezes”.
Seu significado é o da libertação espiritual, da alforria do pecado.
A Ceia do Senhor não substituiu a Páscoa israelita. Nem a prolonga. As diferenças características de cada uma separam-nas por inteiro.
A Ceia do Senhor é instituto novo! Sem vínculo algum com o festim judaico.
ISTO É O MEU CORPO... ESTE CÁLICE É O NOVO TESTAMENTO NO MEU SANGUE...
 De todo conveniente um Memorial de Sua Morte. Como A confiaria à lembrança fortuita dos homens?
No pão o símbolo do Corpo de Jesus! Do Corpo que Se prostrou à raiz das oliveiras... Do Corpo que rolou exânime na sala dos açoites... Do Corpo que arfou sob o peso do madeiro... Do Corpo que pendeu do patíbulo... Do Corpo por nós dado...
No vinho a figura do Seu Sangue! Do Sangue que molhou o Getsêmani... Do Sangue que lavou o pretório do procônsul... Do Sangue que gotejou as ruas jerosolimitanas... Do Sangue que manou da Cruz... Do Sangue por nós espargido...
Na Ceia o MEMORIAL de Sua Morte Vicária e Expiatória.
“Partiu  o  pão... A publicar o esfacelamento do Seu Corpo e a revelar-Se-nos Vítima por Sua própria Vontade.
Ao celebrar a Ceia arde-nos o coração com  a inefável e enlevante  lembrança  do Seu Sacrifício, ÚNICO porque de VALOR  INFINITO.  Somos  movidos à gratidão pelo dom  de nossa salvação eterna.

...EM  MEMÓRIA DE MIM
1) – MEMÓRIA é recordação. Um objeto é memória na medida em que desperta a lembrança de algo ou de alguém.
A Ceia do Senhor, por Ele próprio instituída e ordenada, é o símbolo, a representação dramatizada em figuras, a comemoração por meio do uso de emblemas específicos, da Morte de Jesus Cristo. É o Monumento Memorial da Redenção do qual os membros de uma Igreja, juntos, reunidos para  essa  finalidade, participam.
Em decorrência de ser memória a Ceia, também os seus dois elementos são simbólicos. O pão figura o corpo de Jesus que por nós foi “partido” e o vinho representa o Sangue do Salvador por nós “derramado”. Separados figuram outrossim a Sua Morte consumada na cruz precisamente com a separação do Sangue e do Corpo.
A Mesa do Senhor em pão e vinho é símbolo, repitamos até à saciedade. E a Verdade por ela simbolizada é a Expiação de Cristo pelo pecado. Ela jamais nos favorece a adoção do sentido de presença atual e real, física ou espiritual, do objeto lembrado nos elementos da memória ou símbolos.
A bandeira é memória da pátria. Todavia a pátria não está fisicamente ou espiritualmente presente na bandeira. A fotografia lembra-me meu pai, mas ela não o contém nem física nem espiritualmente.
A Ceia, em sendo simbólica em sua celebração e em elementos materiais constitutivos, dramatiza o Evento da Morte de Jesus Cristo e nossa posse de Seus Méritos por nossa fé nEle.
Drama é uma peça teatral, em geral dividida em atos, em que os atores encenam comovente episódio capaz de transmitir ensinamentos. Em suas vestimentas, caracterização e atitudes os artistas encarnam e reproduzem um papel.
No drama da Ceia do Senhor surpreendo quatro atos.
No  primeiro apresentam-se os atores. Não artistas homens e mulheres. Os atores deste drama são as espécies de pão e vinho. O pão sem fermento a representar Cristo  impecável com “os ázimos da sinceridade e da verdade”, porquanto nEle não há a levedura do pecado. De resto, Jesus assemelha ao fermento a doutrina dos fariseus e dos saduceus (Mt. 16:11-12).
O pão sem fermento da Ceia é o símbolo de Cristo Imaculado, limpo das doutrinas dos fariseus e saduceus. É o Cristo sem qualquer hipocrisia. Cristo é a nossa Páscoa!
O suco do fruto da videira é o Sangue preço do nosso Resgate.
No segundo ato do drama a significação da solenidade é exposta com a leitura das Escrituras pertinentes a nos evocarem o Mago Episódio.
No terceiro ato o pão é partido e o vinho derramado. É a dramatização do Corpo partido de Jesus e de Seu Sangue Precioso manado da cruz. Sangue separado do Corpo partido a figurar a Morte com a qual tudo Ele consumou.
No quarto ato do drama os partícipes comem do pão e bebem do Sangue. A memória deles se reaviva em direção daquele momento culminante da conversão de cada um quando cada um pela fé foi ao Salvador. E como o nosso organismo físico se nutre pelo comer e beber, revigora-se a nossa vida espiritual pela fé em Cristo. Esta fé, porque por ela nos apropriamos de Cristo, assemelhada ao comer a Sua Carne e ao beber o Seu Sangue.

Memorial do Senhor é ela ECLESIAL por competir às Igrejas, e exclusivamente às Igrejas, na sua capacidade congregacional, a responsabilidade de celebrá-la, administrá-la e preservar sua pureza e intangibilidade.


OS PARTICIPANTES DA MESA DO SENHOR

Realmente, se a Ceia é do Senhor, compete-Lhe a autoridade de estabelecer restrições aos seus possíveis participantes. Na eventualidade de a mesa ser minha, convido quem eu quero e ninguém tem nada com isso. Na Ceia Memorial a Mesa é do Senhor Jesus Cristo. Cabe-Lhe, por conseguinte, todo o direito de impor condições  aos desejosos de participar dela.

É questão de lógica! Se a Ceia do Senhor é o Memorial Sagrado do Sacrifício eternamente consumado, só podem  nela ter parte os que conhecem  na própria experiência e na vida a plena remissão dos pecados. Ao estabelecê-la, celebrando-a pela primeira vez, Jesus o fez com os Apóstolos, pessoas regeneradas e salvas.
De resto, como poderia participar dela alguém que recusa o Sacrifício de Jesus Cristo por ela e nela memorado? Seria um absurdo alguém comemorar algum acontecimento se nele não crê.
JUDAS  ISCARIOTES – Ah!, já sei! Estava tardando!
Não podemos negar a Ceia a ninguém. Jesus não a negou a Judas Iscariotes.
E daí? Isso legitimaria a participação de todos os incrédulos, de todos os Judas, à Ceia Memorial? Se essa ação de Judas abre um  precedente legítimo então jamais poderíamos recriminar os traidores pelo fato de Judas o haver sido.
Jamais uma exceção, sobretudo quando se trata de  mau exemplo, pode ser tomada como norma de comportamento.
Se porventura Judas esteve presente à celebração da Ceia do Senhor é uma razão a mais a provar que em seus elementos não há graça alguma e nem qualquer valor ex opere operato .

DELIMITADA AOS CRENTES BATIZADOS
OUTRO MOTIVO restringente da comparência à Refeição Memorial é o ser batizado.
Sim! A Mesa é do Senhor!
Paulo exalta-a no apanágio de a “MESA DO SENHOR” (I Cor. 10:21). Não de a MESA DO SALVADOR.
Se fosse a MESA DO SALVADOR seria, sem quaisquer embaraços, desimpedida a todos os salvos.
Com  toda a fraqueza de coração tenho tributado graças a Deus por haver inspirado a Paulo o escrever a Primeira Epístola aos Coríntios naqueles termos em que foi redigida apontando, vergastando e corrigindo os abusos daqueles irmãos.

O Batismo, à luz de Rm. 6:2-8, representa o princípio da vida, quer dizer, o Batismo é em figura uma declaração de tudo quanto ocorre na regeneração da pessoa. E a Ceia simboliza o prolongamento dessa vida, pois o salvo continua a viver por comer e beber espiritualmente o Corpo e o Sangue do Salvador, ou seja, por crescer na fé em Cristo. E este apropriar-se de Jesus é figurado pela participação à Ceia. Em resultado, quem não foi batizado não pode tomar parte nela.

A ORIGEM  DA QUESTÃO - A dificuldade surge em decorrência da conceituação da natureza e da forma do Batismo. Os metodistas e os presbiterianos, propõem o batismo infantil e o identificam com uma simples aspersão. É uma herança do catolicismo.
Ora, além do próprio sentido do termo reclamar o entendimento correto de IMERSÃO, as Escrituras indicam em pelo menos cinco tópicos o fato da imersão:
-muita água, em Jo. 3:23
-descer à água, em At. 8:38
-sepultamento na água, em Rm. 6:4
-levantar da água, em Cl. 2:12 e Rm. 6:4
-sair da água, em Mc. 1:9-10
A conclusão é  cristalina: o batismo que não se adstringe às normas das Escrituras Sagradas, simplesmente não é batismo.


RESTRITA AOS QUE ACEITAM  SUA
INDISCUTÍVEL NATUREZA MEMORATIVA


I – A CATÓLICA
No termo TRANSUBSTANCIAÇÃO a teologia católica sintetiza toda sua doutrina sobre a matéria. Com ele identifica os elementos materiais de pão e vinho com a própria Pessoa de Jesus Cristo.
A transubstanciação consiste sucintamente na mudança ou substituição, mediante a prolação pelo sacerdote celebrante de palavras rituais, da substância do pão e do vinho pela substância de Jesus Cristo em Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Conquanto os acidentes (cheiro, cor, peso, formato etc.) permanecem, sob eles não há mais pão e vinho. Há o próprio Jesus Cristo tão real e verdadeiro como está nos Céus.
Em sendo esses elementos ou espécies sacramentais o próprio Deus, são adorados, literalmente adorados, pelo celebrante e pelos fiéis que se prostram. E os comungantes literalmente comem a carne e bebem o sangue de Cristo.



O vocábulo SACRAMENTO de amplo uso nos domínios doutrinários católicos a partir do século III com Tertuliano, é de origem pagã.
O vocábulo sacramento é um termo-chave no contexto de sua idolatria, decidiu topá-lo na Bíblia. Te-lo-ia encontrado?
Achou-o da seguinte forma!
O original grego do Novo Testamento traz por 27 vezes o vocábulo MYSTERION em nosso idioma vertido por mistério.
Jerônimo, do século V, preparou e divulgou a sua tradução latina das Escrituras conhecida por VULGATA. Sempre, desde Mateus a Apocalipse, Jerônimo traduziu o MYSTERION grego por MYSTERIUM latino. Contudo em Efésios, em quatro das seis vezes em que o termo aparece, ele traduz por SACRAMENTUM. Ardiloso, Jerônimo assim fez em preparação do caminho para a lição em Ef. 5:32 onde chama o casamento de SACRAMENTUM.

O catolicismo usa o termo “sacramento” por admiti-lo na qualidade de um sinal sensível ou material que significa, produz e comunica a graça. E isso é próprio da velha superstição pagã que supõe residir a deidade na matéria e que por isso a matéria, o “sinal sensível” seja capaz não só de simbolizar, mas também de conferir a graça ou o poder sobrenatural ao espírito humano.

Dizem que: “os sacramentos tornam-se meios eficazes para a salvação”. São “sinais visíveis da graça invisível”.
Pergunto! A presença espiritual não é tão verdadeira e real como a física ou corporal ou carnal?
Deus é Espírito! E em sendo Espiritual deixa de ser Real?

A salvação é pela Graça. Exclusivamente pela Graça. Proclamam-no as Escrituras. Brada-o Paulo Apóstolo em Ef. 2:8-9.
Do  plano da salvação fora as obras! Fora os méritos! (Que  méritos? O pecador  poderá  tê-los?).
Se àquele sangue de cerimônias instituídas pelo próprio Deus carecia poder salvador, de igual forma é impossível que a água batismal, o pão e o vinho da Comemoração Ritual tirem pecados.
A salvação é  pela Graça. Exclusivamente pela Graça. Graça  outorgada pela instrumentalidade da FÉ.
Somos justificados e salvos pelos Méritos do Sacrifício Remidor de nosso Senhor Jesus Cristo. E nossa apropriação desses bens espirituais nos atingem  pela instrumentalidade da .
 os “sacramentos” não “são meios eficazes para a salvação”. Nunca! Jamais!!! Em parte alguma das Escrituras encontramos semelhante referência.
A conceituação sacramentalista das Ordenanças anula a doutrina da justificação pela fé.
As Ordenanças, embora de valor reconhecido em seus devidos lugares, não têm o mínimo poder de salvar, não ajudam na salvação e nem a preservam. Nem santificam quem quer que seja.
As Ordenanças não salvam. Não comunicam qualquer graça. Delas devem participar os salvos, os agraciados pela justificação divina.

Em parte alguma das Escrituras as palavras sinal, selo e penhor são atribuídas ao Batismo e à Ceia Memorativa.
Em sendo o crente evangélico SELADO com o Espírito Santo, é o espírito Santo a Marca de Deus, o Atestado Divino, sobre o salvo na qualidade de propriedade dEle.
Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle” (Rm. 8:9).
Segundo a doutrina calvinista adotada pelos presbiterianos, as Ordenanças são selo. Sem elas é impossível a salvação. E  isto anula a ênfase espiritual das Ordenanças. Com efeito, um ato físico não pode ser marca de qualidade ou de estado espiritual.
O salvo está hermeticamente guardado, em  total e absoluta segurança guardado,  SELADO no Espírito Santo, “para o dia da Redenção”. E ninguém pode enfraquecer essa inviolabilidade da nossa Salvação Eterna em Cristo.

O Espírito Santo é o Único Penhor por Deus  outorgado aos salvos em cujos corações habita, sem  a contingência de precisar  habitar  em  pães, vinhos e águas.
A Ceia do Senhor jamais será complemento do Santo Espírito de Deus!
Antes  de  ser  batizado  e  antes de tomar dos elementos da Ceia, o crente já tem o PENHOR do Espírito Santo por Quem é SELADO. Já é propriedade de Deus. No Espírito está seguramente guardado “para o dia da Redenção”. É invencionice de homens o ensino de que as Ordenanças são SELO, sinal e PENHOR. É grosseira superstição, é sacrilégio, elevar o pão e o vinho a uma função igual à do Espírito Santo.
Além do mais, repito!, uma ação física, como a do Batismo e a da manducação de pão e ingestão de vinho, nunca se constitui marca, qualidade, ou estado espiritual ou garantia de posse, ou segurança “para o dia da Redenção”.
A fantasia calviniana é sacrílega por desonrar o Espírito de Deus supondo-O incapaz e insuficiente de sozinho conservar selado o salvo sendo-lhe Penhor.
                                    
A  DEPRAVAÇÃO   DA  “CEIA  LIVRE”
Poxa!, e você é contra a ceia livre? Que fechado você é! Tão apertado... Limitado... Bitolado...
Ninguém que conheça as Escrituras e a elas anela ser fiel e com elas coesivo, postula semelhante  prática  aberta.

Aliás, diante da Verdade não há meio-termo. A verdade é de si mesma irreconciliável. É radical!
Toda Verdade é totalitária.
Exatamente porque eu não sou dono da Verdade da Palavra de Deus que eu não posso transigir com ela e nem com ela tergiversar.

Acho uma graça infinita quando ouço de evangélicos citações de “santo” Agostinho, de Calvino, dos modernos teólogos... como o supra-sumo da compreensão das Escrituras.

Há uma seqüência lógica nas qualificações propostas pelas Escrituras a condicionar a legítima comunicação à Mesa do Senhor. Consubstancia-as At. 2:41-42: os que receberam a Palavra, ou seja, converteram-se; pelo Batismo agregaram-se à Igreja; “e perseveravam na Doutrina dos Apóstolos”.
É a ordem dos fatos a culminar na capacitação do indivíduo para o “partir do pão”.
Quando  tomamos a Ceia ou dela participamos  estamos  dizendo e reafirmando o que cremos  e como cremos.
Posso e devo expressar meu amor cristão ao próximo sem  imolar a Verdade da Sã Doutrina.
É fingimento, pieguice, o chamado amor fraternal que sacrifica a Verdade das Escrituras.



A Igreja, uma Igreja local só pode permitir a Ceia às pessoas às quais pode atingir o seu poder disciplinar.
Na  sua capacitação de julgar, a Igreja é juiz de seus membros. Este juízo disciplinar é da gravíssima responsabilidade de cada Igreja. (I Cor. 5:9-13).

Livrar-nos-íamos de muitos absurdos em matéria de interpretação bíblica se levássemos em conta as regras gramaticais.
INDIGNAMENTE não é objetivo a qualificar o substantivo.
Paulo não empregou aí o adjetivo INDIGNO a classificar ou avaliar o aspirante à Mesa Memorial, porquanto neste passo o advérbio não se aplica às pessoas que a celebram, mas à maneira como a celebram.
A Ceia é “a comunhão do Sangue de Cristo”, “a comunhão do Corpo de Cristo” (I cor. 10:16). Todos somos indignos desta comunhão. Não há confessionário clerical que nos torne dignos. Nem penitências...
No Calvário a nossa indignidade foi salientada. Jesus Crucificado é a plena e definitiva revelação de sermos nós indignos. Se não fosse nossa indignidade por que a cruz? No Calvário outrossim, realçada a nossa  indignidade, foi ela eternamente  remediada, purificada e perdoada; efeitos estes a me beneficiarem pela instrumentalidade de minha fé no Sacrifício Remidor e Vicário de Jesus Cristo.

Ninguém é digno da Ceia! E a Ceia não é destinada a pessoas dignas!!!
Todavia, embora não sejamos dignos da Ceia, não podemos celebrá-la  indignamente! Vil ou impropriamente!
Paulo Apóstolo, divinamente  inspirado, usou não o adjetivo INDIGNO, mas o advérbio INDIGNAMENTE.
INDIGNAMENTE  é  advérbio  de modo a tratar da maneira de se observar  a  Ceia.
INDIGNAMENTE quer dizer vilmente, desprezivelmente, impropriamente, inconvenientemente.
Os coríntios indignamente celebravam a Ceia. A sua maneira de participar dela tornava-os culpados do Corpo e do Sangue do Senhor. Ajuntavam-se, “não para melhor, mas para pior”, em conseqüência de suas dissensões, rivalidades, facções partidárias, de sua glutonaria e bebedice, de seu espírito de classe ou acepção de pessoas com os ricos em círculo próprio a comer e a beber à tripa fora enquanto os pobres humilhados na fome e revoltados com os olhos compridos de cobiça.
Os coríntios ainda conspurcavam o Doce e Inefável Memorial do Salvador porque num gesto de amizade e benevolência, de sociabilidade com seus amigos e parentes pagãos, freqüentavam as celebrações sacrificiais deles e lhes franqueavam assento à Mesa do Senhor. “Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis participar da Mesa do Senhor e da mesa de demônios” (I Cor. 10:21).
Com essa prática de larga ceia ecumênica os coríntios afrontavam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
De muitas  maneiras as pessoas  podem  se aproximar  indignamente  da Mesa do Senhor.
Um casalzinho de namorados no enlevo da paixão...com os elementos da Ceia trocavam as gentilezas das carícias...
- EXAMINE-SE (I Cor. 11:28) é um dos verbos alvo de nosso estudo. Nele o clero romano quer ver a prova bíblica da necessidade da confissão auricular antes da comunhão da hóstia.

Este  examine-se, pois, o homem a si mesmo não se trata de um exame de consciência para se lembrar de pecados cometidos e com esta perquirição pedir perdão a Deus a fim de se tornar digno da comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor. Esta delicadeza e sensibilidade de consciência, sem quaisquer exacerbações psicopatas, devemo-las cultivar em cada dia e em cada instante do nosso viver. Esta atenção espiritual deve ser uma constância na vida do crente  sem a espera do momento da Ceia. Não para que nos tornemos dignos de Cristo, pois isso é impossível, mas para correspondermos à Sua Graça e aos Seus Desígnios sobre nossa vida e nossa personalidade.
E não será pelo fato de o crente no instante da Ceia recordar-se de um pecado que deverá omitir-se de come-la.
 
Nenhuma lembrança de pecado, seja qual for ele, permite o crente afastar-se da Mesa do Senhor.
Não é quem está em pecado que deve evitá-la. Quem não está em pecado? Se somos pecadores! Salvos, sim! Mas somos pecadores. Indignos da comunhão do Corpo e do Sangue do Salvador.
Ao simbolismo da Ceia, há pessoas que consideram suas espécies como amuletos, elementos aos quais é inerente alguma graça e por eles comunicada aos participantes dignos. Assim crendo, erroneamente crendo, se privam da mesa Memorativa.
Fariam muito bem em recusá-la  por não discernirem  biblicamente o Corpo do Senhor desde que conservam uma crendice sacramentalista.
Impedidos por tratá-la indignamente estão aqueles que só comparecem ao Culto no Domingo da Ceia com a intenção de comerem-na na cobiça de serem abençoados e terem melhor sorte.
 “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provais-vos a vós mesmos” (II Cor. 13:5a), é o clamor do Apóstolo a ser por nós ouvido sobretudo no solene momento da Ceia quando pela fé podemos contemplar o Salvador, unicamente o Salvador a consumar na cruz a nossa Redenção.
A Ceia é Memorativa, a Anamnese, de nosso Senhor Jesus Cristo a Se sacrificar na hedionda cruz em condição de Vítima dos nossos pecados.
“Fazei isto em MEMÓRIA de Mim...”, salientou nosso Senhor.
Celebrá-la  para  fins  sociais, formaturas escolares... significa ultrajar a Instituição Divina  profanando  o Corpo e o Sangue do Senhor não discernindo-O de todos esses motivos.  Todas essas ocasiões podem perfeitamente ser assinaladas com outros atos de regozijo e de gratidão a Deus.
Participar  dela  para fins  domésticos  é pisar o Filho de Deus Crucificado não  discernindo-O na Ceia Memorial.
Na Ceia do Senhor não se trata de por Jesus Cristo acima das pessoas. Trata-se de  pô-lo sozinho.  Com  total  esquecimento  de  todos  os demais.
Não  discerne  o Corpo do Senhor aquele “reverendo” que ao concluir a Ceia em seu templo, reserva elementos para levá-los a domicílio no dia seguinte às pessoas idosas e enfermas. Isto não é discernir o Corpo do Senhor, mas confundi-lo com amuletos e feitiçarias.

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